Protesto de indígenas contra usina de Belo Monte interdita a rodovia Transamazônica, no Pará
Indígenas cobram a Norte Energia pelas compensações aos impactos às comunidades da região do Xingu. Indígenas fecham acesso a Belo Monte e cobram compensação, em Vitória do Xingu
Indígenas bloquearam a rodovia Transamazônica, principal acesso à usina hidrelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu, no sudoeste do Pará, em protesto contra a empresa Norte Energia. Eles cobram compensações aos impactos às comunidades da região do Xingu.
Os manifestantes pedem que a concessionária faça uma revisão do projeto básico ambiental do empreendimento, que contempla ações de compensação aos impactos.
Por conta do protesto, motoristas e passageiros tiveram um dia difícil nesta quarta-feira (18) desde a madrugada.
A semana é marcada por protestos de indígenas contra a empresa. Na segunda-feira (16), manifestantes da etnia Xikrin bloquearam o acesso ao escritório da concessionária, também cobrando cumprimento de compromissos que levariam melhorias às comunidades.
Já na rodovia BR-230 foi bloqueada nesta quarta-feira no altura do KM 27 por lideranças das etnias Arara, Juruna e Assurini, que vivem em aldeias das Terras Indígenas Paquiçamba e Koatinemo. Eles usaram caminhonete, pneus e pedaços de madeira para interditar a pista.
A passagem só foi liberada para ambulâncias e viaturas da Polícia. Em pouco tempo, um longo engarrafamento se formou nos dois lados da pista.
Para as lideranças indígenas, a empresa teria falhado na execução das melhorias que constavam no projeto básico ambiental. Um dos principais impactos é a insegurança alimentar dos indígenas.
Elas também afirmam que os projetos de saneamento nas comunidades ficaram inacabados. Outra queixa é a execução das atividades de geração de renda para as aldeias, que não tiveram resultados permanentes, de acordo com cacique Kwai Assurini, da aldeia Itaaca, da TI Koatinemo.
Para quem trabalha com transporte de cargas perecíveis, o protesto trouxe preocupação com possíveis prejuízos. Uma carreta carregada de verduras saiu de São Paulo e ficou parada no bloqueio. A entrega em Altamira, município vizinho, já havia passado do prazo.
Em nota, a Norte Energia informou que investiu, até então, cerca de R$ 1,2 bilhão e que executa 42 programas e projetos, aprovados pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas em 2012.
A empresa destacou ainda que atende cerca de 3,5 mil indígenas em contexto urbano.
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Leia as últimas notícias do estado no g1 ParáFONTE: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2024/09/18/protesto-de-indigenas-contra-usina-de-belo-monte-interdita-a-rodovia-transamazonica-no-para.ghtml
